sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Era uma vez

- Cá - me disse um amigo -, cada um escreve sua própria história. Não deixe ninguém escrever a sua no seu lugar!
Como é gostoso escrever minha história! Não existe liquid paper para apagar fatos e passos dados erroneamente, mas mesmo assim eu faço um traço sem rasura no que não foi escrito certo e continuo. Tenho aprendido todo dia que ser livre é saber fazer o que é certo, é não trair a mim mesma, é amar sem reservas. E que não agir assim acarreta prejuízos sem conta a mim mesma, em primeiro lugar, e depois aos que me amam.
E faz parte dessa história a constatação de que existem alguns poucos problemas na humanidade. E que todo homem sofre dos mesmos problemas. Uns de uns, outros de outros, mas até para sofrer somos todos iguais. E olhar o ser humano dessa forma já me faz entendê-lo de modo diferente e compassivo. Me faz perceber que os que realmente pensam ser melhores, tadinhos, ainda não puderam amadurecer seus caminhos, ainda não encontraram o verdadeiro sentido da vida, ainda não evoluíram o suficiente.
Que na mesma linha, os que se sentem inferiores também não alcançaram a percepção aguçada e imutável da fraqueza humana, do fato de que existir em plenitude é para todos, desde o ser unicelular até o mais complexo.
Não quero escrever a lápis. Tenho escrito à caneta. Sem medo, com a liberdade e simplicidade que me fazem bem. Com o gosto saboroso de cuidar da minha história porque a do outro é dele. E cada um tem a sua.
Coração sedento, caneta na mão, vida voando...

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